sábado, 10 de março de 2012

Autistas Famosos





Dra. Temple Grandin – Nasceu em 1947 e foi diagnosticada como autista aos dois anos. É PHD em Ciência Animal e professora da Universidade do Colorado. Grandin oferece várias palestras sobre autismo além de ter escrito alguns livros sobre a sua experiência como autista. Inventou a “Squeeze-Machine” (“Máquina do aperto”) para ajudá-la nas suas dificuldades sensoriais. No seu livro “Thinking in Picture” Grandin relata que a sua primeira língua foi visual e como esta experiência a ajudou profissionalmente. A Dra. Grandin diz que conseguiu sucesso graças às oportunidades de mentores na escola e o apoio da família, principalmente o da mãe. Sua mãe publicou um livro “A thorn in my pocket” sobre sua experiência de criar uma criança autista em um tempo que as mães eram consideradas culpadas pelo autismo dos filhos e suas crianças eram encaminhadas para uma instituição por não existir cura.

A HBO retratou sua história em filme com a atriz Claire Danes,  que teve a felicidade de ganhar 5 Emmys.

Matthew Savage foi diagnosticado com autismo (Pervasive Developmental Disorder) quando tinha três anos de idade.  Os pais começaram então a seguir o protocolo DAN. Matthew naquela época não suportava sons, mas com a “auditory integration Therapy” (terapia de integração auditiva) conseguiu superar este problema. Os pais de Mattew usaram a fascinação do menino por palavras e, exploram o seu lado visual, para estimular e complementar as atividades. Hoje, com 11anos, ele compõem música e tem um trio de jazz.  ” The Matt Savage Trio”  participa de festivais de Jazz e da concertos, sempre lotados, pelos EUA e Canadá. Já lançou três CDs e o dinheiro arrecadado com a venda foi doado para pesquisas sobre autismo. Matt continua com dificuldades de comportamento, fixação por certos assuntos, com dificuldade para se desligar deles. As vezes não compreende o que falam com ele ou compreende de maneira diferente.

Tito Rajarshi Mukhopadhyay – um rapaz do sul da Índia que foi diagnosticado com autismo clássico aos três anos. Ele se balança, gira, faz movimentos repetitivos, faz barulhos estranhos, não consegue ler expressão do rosto de outras pessoas, não mantém contato olho-a-olho. Embora tenha um autismo clássico ele consegue expressar seus pensamentos e sentimentos. Descreve como se sente preso a um corpo autista, um caso único.
Segundo Tito ele se balança e faz movimentos repetitivos com as mãos para conseguir sentir o seu corpo. Não olha no olho porque só consegue processar um sentido de cada vez, ou seja, não consegue ver e escutar ao mesmo tempo (só foi perceber que isso não era normal ao se dar conta que outras pessoas podiam usar outros sentidos juntos). Uma mãe perguntou a ele em uma conferência qual o conselho que daria aos pais de autistas. Ele disse “Acreditem nos seus filhos”. Tito é fluente em inglês e bengali (tem dificuldades para falar e ser compreendido escreve muito bem e é mais fácil para ele escrever no computador) têm dois livros publicados: Beyond the silence: My life, the world, and autism e The mind tree: A miraculous child breaks the silence of autism. Ele conseguiu superar as barreiras que o autismo lhe proporcionou graças à mãe Soma Mukhopadhyay que desenvolveu uma maneira de ensinar e comunicar com o filho chamada “The rapid Prompting Method”.

Jerry Newport – nasceu em 1948 e foi diagnosticado com síndrome de Asperger em 1995 Possui um B. A em Matemática pela Universidade de Michigan. Trabalha como free-lance accounting, participa de palestras sobre Autismo/Asperger pelos Estados Unidos e também escreve para revista Autism Asperger´s Digest Magazine. É casado com Mary Newport que também tem Síndrome de Asperger. Escreveram juntos o livro “Autism-Asperger´s and sexuality puberty and beyond”. A vida dele é tema do filme “Mozart and the Whale”.

Donna Willians – É uma australiana que antes de receber o diagnostico de autista foi taxada de louca, de ter distúrbios emocionais, fez vários testes de surdez. Não conseguia responder simples perguntas ou ficar sentada por muito tempo. Aos 24 anos ela começou a dieta sem glúten, caseína, açúcar, nenhum tipo de conservantes, corantes e pouco salicitato (ela continua na dieta). Donna relata que se sentia como uma drogada com a única diferença que não usava drogas, mas certos alimentos faziam com que ela agisse assim. Hoje ela é casada, trabalha como consultora em uma escola, participa de palestras sobre autismo e também escreve música, pinta e faz esculturas.

James Durbin não venceu o American Idol de 2011, mas conquistou muitos fãs. No estilo mais roqueiro, com um agudo potente, agradou o lendário Steven Taylor. Durbin tem Síndrome de Asperger e Tourette, conseguiu superar  e hoje é casado e tem um lindo menino de 1 ano.

Heather Kuzmich ficou em 5º lugar na competição do American Next Top Model ciclo 9. Sofreu durante a competição, pois não conseguia interagir com as colegas do concurso e sofria com a falta de compreensão das mesmas. Sempre muito elogiada pelos jurados pelas suas lindas fotos, mas sempre criticada também por não estabelecer um contato visual (difícil né?). O mais interessante é que ela conquistou a América e apesar de não ganhar o programa, conseguiu seu lugar no mercado da moda.

Daniel Jansen, é o nosso orgulho brasileiro. Mestrado em Biologia pela UNICAMP. Nascido em São Paulo (SP) e morando em Campinas desde os nove anos, Daniel revela também que o processo foi bastante difícil. O autismo e, conseqüentemente, a síndrome de Asperger só foram detectados quando ele tinha 23 anos. “Não havia a possibilidade de um diagnóstico preciso antes disso porque o conhecimento sobre o assunto é bem recente, principalmente no Brasil. Há dez anos atrás nem tínhamos idéia do que seria”, observou. Teve ajuda da Associação para o Desenvolvimento dos Autistas em Campinas (Adacamp), inclusive na sua auto-estima. “Fiz várias palestras e fui gradativamente perdendo a inibição para falar em público. Até temia em dar uma aula. Porém, com a ajuda da Adacamp e o apoio fundamental dos meus pais e da Fosca, comecei a ver que tinha condições de falar em público e colocar minhas idéias da forma mais clara possível. Cada pessoa, dentro de sua limitação, vai tentando superar seus limites. Passei por um processo de seleção relativamente rigoroso, e apesar das minhas dificuldades, consegui me adequar. Fiquei muito feliz por isso e acho que consegui atingir os meus objetivos”, concluiu Daniel. Para Fosca, nada será como antes. “Mudou tudo. Tivemos que superar várias dificuldades, vários limites e muitas vezes as pessoas não estão preparadas para receber pessoas que se diferem um pouco do padrão. De uma maneira geral, Daniel foi muito bem recebido, contou com ajuda de todos no laboratório e a gente viveu aqui uma experiência nova. Acho que todos amadurecemos muito”, disse ela.
A orientadora conta que Daniel foi bem nas disciplinas, sendo aprovado em todas. “Jamais posso dizer que ele foi favorecido em qualquer momento. O sucesso dele veio em função da capacidade que ele apresenta. Se ele teve que estudar mais, e se adequar, acho que faz parte do sistema”, disse Fosca.
Segundo ela, o trabalho científico que ele desempenhou nada tem a ver com a síndrome. Ele concluiu o trabalho como um pesquisador. Em nenhum momento o fato dele ter a síndrome serviu para favorecer o seu desempenho. “Ele fez um trabalho científico de maneira correta, com metodologia correta, portanto, pode ser publicado em revista como qualquer outro aluno do meu laboratório. É um trabalho importante porque traz informações novas”, concluiu Fosca.

Saulo Laucas é tenor, autista e cego. Quem já o ouviu cantar se emociona com sua linda voz. Cursa a faculdade de música da UFRJ. Quem quiser conferir seu talento, tem alguns vídeos de suas apresentações disponíveis no Youtube.

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